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quarta-feira, 3 de agosto de 2011

A Igreja Ortodoxa na Holanda

A Igreja Ortodoxa na Holanda
(Sob o Patriarcado de Moscou)
esde o início do século XVIII a Igreja Ortodoxa mantém uma presença permanente nos Países Baixos; o Czar Pedro, o Grande permaneceu ali durante algum tempo fundando em 1697 uma pequena igreja ortodoxa em Amsterdã.
Em 1763 os "três falcões", um casarão de Amsterdã, foi convertida em uma igreja greco-russa de Santa Catarina, funcionando neste prédio até 1816. Porém, a presença ortodoxa mais forte e organizada na Holanda não se daria até 1816, quando se celebrou o casamento entre o rei Guilherme II e a princesa russa, Ana Pavlovna (filha do Czar Paulo I).
A princesa Ana não se converteu ao protestantismo, que era a religião oficial professada por toda a família real holandesa, mas permaneceu fiel à sua fé ortodoxa. Logo no início de sua estadia na Holanda, ia à igreja de Amsterdã, porém, pouco tempo mais tarde fundou a paróquia de Santa Maria Madalena em Haya, que existe até os dias de hoje.
Depois da Revolução Bolchevique de 1917, uma nova onda de imigrantes e refugiados russos passaram a integrar a comunidade desta paróquia que, ao ficar sem o auxílio financeiro proveniente da Rússia, caiu em uma situação de muita pobreza. Em 1937, com ajuda de um comitê especial holandês cujo objetivo era ajudar economicamente a esta comunidade, construiu-se uma nova igreja em Obrechtstreet, também dedicada a Santa Maria Madalena.
Naqueles anos, o sacerdote que servia a esta comunidade era o hieromonge Dionissy Loekine que vinha de Paris, estando sob a jurisdição do metropolita do Exarcado Russo de Europa Ocidental.
Em 1938, os primeiros convertidos de origem holandesa se uniram à Igreja Ortodoxa Russa, crescendo ainda mais este número com o apostolado missionário do Padre Dionissy em toda a região dos Países Baixos. Foi ainda este sacerdote que trabalhou na tradução dos livros litúrgicos para a língua holandesa e, em1944, eram fundadas mais duas paróquias, em Amsterdã e em Haarlem.
Em 1945, a Igreja Ortodoxa dos Países Baixos padeceu por causa das disputas jurisdicionais que se intensificaram entre os ortodoxos da diáspora. O padre hieromonge Dionissy seguiu os passos de seu metropolita em seu retorno ao Patriarcado de Moscou. Parte dos fiéis optou por segui-lo e, em conseqüência, outra paróquia foi fundada em Haya sob a jurisdição do Sínodo da Igreja Ortodoxa Russa no Exílio. Durante o período em que estiveram vinculados a este Sínodo, uma nova paróquia foi fundada em Amsterdã e outra na cidade de Haarlem. Também aquelas paróquias atraíram convertidos de origem holandesa, como um pequeno grupo de ortodoxos que pertenciam a jurisdição de Paris da Arquidiocese Russa da Europa Ocidental sob o Patriarcado de Constantinopla que contava com paróquias em Maastricht, Devenker, e um pequeno Monastério em Mill-St-Hubert.
Depois de 1945, um novo fluxo de imigrantes procedentes da Rússia chegaram ao país e, a grande maioria se estabeleceu em Rotterdam e seus arredores. Este fato motivou Padre hieromonge Dionissy à construção de uma paróquia neste lugar. Em 1954 aquela paróquia seria dedicada à Santa Mãe de Deus por Nicolai de Clichy, exarca do Patriarcado de Moscou, com a assistência especial de Anthony Bloom de Londres. Em 1966, o então arquimandrita Dionissy foi ordenado em Moscou, como bispo auxiliar em Rotterdam do arcebispo Basílio de Bruxelas. Finalmente, em 1976 morria o bispo Dionissy. Contudo, importantes mudanças foram realizadas durante a década de 70 na jurisdição de Moscou, posto que, no ano de 1971, o bispo Jacob da Igreja Ortodoxa da Holanda passava a ter sob seus cuidados todas as paróquias do Patriarcado de Moscou nos Países Baixos.
O bispo Jacob (Akkevsdike), que antes de seu episcopado na Igreja Ortodoxa havia sido monge beneditino da Igreja Católica Romana, foi recebido em 1940 no Patriarcado de Moscou da Igreja Ortodoxa Russa juntamente com seu amigo e monge Adriaan pelo então arquimandrita Dionissy. Em 1946, fundaram a primeira paróquia de língua holandesa, a Igreja de São João Batista, seguida em 1954 pelo monastério dedicado também ao Santo Precursor. O principal propósito deste monastério foi o de desenvolver um trabalho missionário entre os holandeses, traduzindo, para tanto, os livros de ofícios divinos e celebrando todos os ofícios diários no mesmo idioma local de acordo com o Typikón.
Em 1950, o padre Adriaan, desafortunadamente, contraiu tuberculose. Tendo sido enviado para a Suíça para se tratar, lá permaneceu convalescendo até 1953. Não obstante, padre Adriaan soube aproveitar muito bem até mesmo este tempo de quietude para realizar as traduções de alguns ofícios ortodoxos como: a Divina Liturgia, os ofícios de Vésperas e Matinas, além de outros ofícios litúrgicos. Estas traduções foram feitas seguindo as formas usuais, sendo realmente muito adequadas para atender as necessidades de culto das comunidades de língua holandesa.
Este gigantesco trabalho culminaria, em 1948, com a tradução para a língua holandesa do último livro, o Menaion geral. Assim a Igreja Ortodoxa de Holanda já podia dispor de todos os livros litúrgicos ortodoxos em língua vernácula, tarefa esta que contou com a cooperação valiosa do santo arcebispo João Maximovich. Em 1952, como arcebispo de Bruxelas e da Europa Ocidental, visitou de modo inesperado o monastério ortodoxo da Holanda por sua própria iniciativa, inspecionando toda a igreja: o altar e tudo o que havia sobre ele, os livros litúrgicos, os ícones, permanecendo no monastério por mais de uma hora. O arcebispo ficou muito satisfeito com a obra missionária dos padres Jacob e Adriaan e lhes colocou-se a disposição para ajudar no que fosse necessário.
"Disse que poderíamos recorrer a ele quando estivéssemos com qualquer dificuldade", escreveu o arcebispo Jacob de Haya, "e, em 1953, enfrentamos dificuldades. Nosso trabalho foi mal interpretado ..." Pe. Jacob encontrou-se então com a monja do convento de Lesna, na França, que também conhecia o arcebispo João e, depois de conversar com ela, resolveu ir visitá-lo em Versailles onde, em dezembro de 1953 o Padre Jacob solicitou-lhe que o recebesse sob seu omofórion. O arcebispo João Maximovich, então arcebispo de Bruxelas e Europa Ocidental, finalmente o recebeu, e a toa a sua comunidade, algumas semanas mais tarde, em janeiro de 1954.
São João MaximovichAcolhendo a Igreja Ortodoxa da Holanda sob seu omofórion, o arcebispo João, deu início a um período de amplos contatos amistoso que produziram muitos e bons frutos, uma verdadeira bênção para aquela Igreja Holandesa. Foi, além disso, um verdadeiro pai espiritual para o hergúmeno Jacob e para o Padre Adriaan. Este grande hierarca mostrava-se atencioso e compreensivo para com a dimensão missionária da Igreja, apoiando e promovendo de todas as formas possíveis as obras que tivessem este caráter. Seu omofórion significou uma proteção real para a nascente Igreja Ortodoxa da Holanda, defendendo com muito entusiasmo o uso do idioma holandês e promovendo as adaptações necessárias à situação particular daquele povo. Todos os que tiveram a ventura de conhecer este grande arcebispo durante sua permanência nos Países Baixos, o recordam com um santo. Sempre que visitava Holanda hospedava-se no Monastério onde se sentia "como em sua própria casa".
Em 19 de setembro de 1965, com o beneplácito de arcebispo João o arquimandrita. Jacob foi eleito e consagrado bispo da Haya e dos Países Baixos pelo arcebispo Filaret de Nova York, sendo assim o primeiro bispo da Igreja Ortodoxa da Holanda. A consagração se deu na catedral de São Job em Bruxellas.
Depois da morte de Vladika Maximovich, ocorrida em 2 de julho de 1966 na cidade de Seattle, o entendimento entre a Missão Ortodoxa da Holanda e o Sínodo Ortodoxo Russo no Exílio foi se enfraquecendo paulatinamente culminando em 1971 com o retorno da Igreja Ortodoxa da Holanda ao Patriarcado de Moscou e, como conseqüência, o bispo Jacob, mais tarde arcebispo, foi elevado aos status de primaz da Diocese holandesa, reunindo-se novamente com o seu antigo bispo Dionissy.
Atualmente esta igreja conta com um Monastério em Haya, e paróquias em Amsterdã, Groningem, Amersfoort e Rotterdam.
Como se pode ver, a Igreja Ortodoxa da Holanda experimentou todos os problemas e as tentações das lutas inter-jurisdicionais, o que também parece se impor sobre todas as Igrejas Ortodoxas na diáspora. Não obstante, ainda se mantém muito viva e presente a veneração e o amor dos ortodoxos holandeses pela figura carismática do Arcebispo João de Maximovich.

FONTE:
Pro-ortodoxia (http://www.geocities.com/pro_ortodoxia/)
Tradução do Espanhol por: Pe. André Sperandio, hieromonge

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